Quando eu conheci aquele menino, eram cores em tons escuros, era preto e branco, eram mosaicos místicos, e por dentro dos seus olhos eu via a clareza em tons pastéis, apesar de seus olhos serem tão escuros quanto as trevas eram pra mim, naquela época. Teu nome parece música clássica nos meus ouvidos, e eu consegui ficar louca, como em um labirinto, ele me sercou por todos os lados, e eu não tinha saída a não ser confronta-lo, aquele menino de dia de praia, de soneto de bar, de poema de morte, aquele menino que me esperava atrás daquela porta, era diferente do que eu esperava. Quando eu ouvir os primeiros acordes da sua voz, era como ouvir: Take on me, em pleno domingo chuvoso, aquele menino era estranho, desajeitado, meia-boca, moleque, largado, não quer nada com nada, cheio de manias, fã da inércia, e que me deu apelidos erroneos, que não faziam, e ainda não fazem, o menor sentido. Não faz nenhum sentido mesmo, gostar de alguém que você odiaria. O menino tem o nome do melhor amigo do jardim, o menino tem cachinhos dourados, porém negros, o menino diz que quer que eu lembre dele só de olhar pra aquela camisa que eu, educamente, pedi, o menino diz que quer casar comigo, mas eu não sou pra casar, um dia eu até lhe disse que queria morrer, outro dia, eu percebi que, além disso, amava todas aquelas músicas dos anos 80, mas, só com ele.
Porque ele é meu objeto de pesquisa preferido, meu artigo mais interessante para ler, meu senso geográfico preferido, minha inspiração pra filosofar, a química que sentia falta, porque ele não é o homem da minha vida, mas cada dia se torna mais, porque ele é proibido pra mim, porque ele é sagitariano, porque ele não sabe o que fazer daqui pra frente, porque ele adora sol e eu a lua.
Ele é chato pra caralho, ele pisa na bola demais, e eu perdoou o moreno mais capitalista do universo, quando ele não me da atenção e me deixa de lado me sinto uma criança abandonada.
garotadescobrindo 